Diário da Geisy

Oieeeee diáriu!! Hoje o dia foi legau, vosse não tem nossãooooo!* Hoje acordei querendo causar, pra todo mundo me notar (o que não é difícil né, porque eu sou muito gata). Todo mundo sabe que eu sou fanzassa da Carla Perez, minha ídola! Então nada melhor pra causar e ficar igual à Carla, do que aquela mini-saia rosa que me deixa quase vestida. E melhor ainda: por ter pouco tecido, paguei bem baratinho lá no brechó para pessoas sutilmente acima do peso.

Coloquei o vestido e fui trabalhar. Sou filha da puta atendente de telemarketing do Speedy. Eu e meus colegas de trabalho temos muito orgulho da nossa profissão porque fomos muito bem treinados para atender perfeitamente os clientes. No caminho, até que não tinha muito trânsito hoje, o único problema foi quando meu bumbum entalou na catraca do ônibus. Tinha um rapaz ouvindo funk no celular, e eu adoro isso! Levantei um pouco a saia, mas ele nem percebeu. (Ou ele tentou disfarçar, pois se olhasse por muito tempo poderia se apaixonar por mim).

Depois do trabalho que eu faço muito bem, fui pra faculdade, que eu também me orgulho bastante de fazer um curso suuuper conceituado como o turismo, numa faculdade suuuper conceituada como a Uniban. Eu sou a pessoa mais popular da facul, as meninas me invejam e os meninos pagam um pau. Mas nada disso importa, muito menos a aula, já que eu sempre fico no bar e esse foi o único dia que eu fiquei na sala. O que importa mesmo foi o ápice da minha fama, tão bonita quanto a da Carlinha Perez no É O Tchan! Vocês sabem do que eu tô falando, de quando começaram a me chamar de puta (confesso que é o elogio que eu mais gosto de ouvir), mas eu tinha que fazer um draminha pra ficar mais legal.

Resumindo, foi assim: a minha décima terceira irmã (sétima, se enumerar por ordem alfabética) trabalha na RedeTV. E a Sônia Abrão estava desesperada, porque se não arrumasse uma polêmica em uma semana, seria demitida, porque não havia mais nenhuma Eloá para ela assassinar. Então minha irmã mediou todo esse plano entre mim e a Sônia Abrão! Muito inteligente né? Juntamos o útil (o emprego suuuper conceituado da Sônia) ao agradável (a minha fama, pois as pessoas seriam muito infelizes se não me conhecessem). Aí a execução do plano foi extremamente fácil: eu cheguei no menino mais feio da facul e falei "me joga no Google e me chama de pesquisa" "me joga na parede e me chama de lagartixa". Todo mundo ouviu, e então me perseguiram apaixonados. Pra aumentar o caô, saí de jaleco rodeada de policiais, quase como a Madonna e os seguranças dela.

Hoje em dia, eu já apareci em todos os programas suuuper conceituados da televisão brasileira, e com o dinheiro fiz um aplique no cabelo, pra ficar mais gatinha ainda né? Se bem que é impossível eu ficar mais bonita do que já sou. Agora eu vou parar de escrever aqui, diário. Primeiro porque eu não conheço mais palavras do que essas, e segundo porque agora eu só dou autógrafos! Playboy, me aguarde! Paris Hilton, você é fichinha, haha!

*Em respeito aos leitores, mudei de ideia quanto a escrever o post inteiro com erros de português. De nada.

Diário de um estagiário...

Querido diabo... digo, diário... Hoje eu trabalhei que nem um condenado. Também, pra que que eu fui querer este estágio nesta empresa que eu achava que queria trabalhar. É inacreditável o que o patrão pede pra mim fazer. Hoje ele só faltou me pedir pra abaixar as calças dele e chu... Bem, isso com certeza teria me feito pedir as contas (caso eu tivesse contas para pedir).

Eu achava que ia ter que fazer só o trabalho que eu gosto na empresa, mas não. Hoje tive que buscar café, fazer cobrança, limpar umas mesas, buscar café, organizar uns papéis, buscar café, cortar a grama e buscar café. Aliás, acho que não disse que o chefe toma café como se fosse água pura.

Pior que não é só o chefe que manda em mim. Todo mundo na empresa manda. Eles acham que é hora de descontar em alguém tudo que eles sofreram antigamente. Povinho filho da puta... Mas deixa! Um dia também vou judiar do próximo estagiário. Acredita que me mandaram buscar uma peça pruma máquina da empresa e eu fui na maior boa vontade e quando cheguei de volta na rádio quase morrendo de cansaço porque a peça era pesada pra caramba, eu fui descobrir que não tinha peça nenhuma? A caixa estava cheia de tijolos. Filhos da puta.

Pior de tudo foi na hora que o chefe disse que não era pra eu sair no horário de serviço e que ele não tinha pedido pra buscar peça nenhuma. Eu disse que o pessoal que tinha me pedido e ele disse que só era pra eu obedecer a ele. Mas antes que eu pudesse pensar "Chupa, seus filho da puta!", o chefe já pediu pra eu ajudar um dos filhos da puta meus colegas de trabalho que estava precisando que eu fosse buscar um negócio lá pra ele. Pensei comigo mesmo que se fosse tijolos de novo eu ia enfiar no cu de alguém. Mas como preciso do serviço, provavelmente seria no meu próprio. Mas em todo caso, dessa vez era só um envelope com papéis importantes de verdade (eu acho, já que não entendi o que tava escrito lá).

E pensar que eu saí duma empresa onde eu ganhava mais que o dobro do que ganho agora. Estou me sentindo um peixe fora d'água. Acho que vou epdir emu antigo emprego de volta. Apesar de eu também estar descontente lá. E também estava descontente quando fui pra lá. Mas sei lá, acho que essas empresas não entenderam ainda como devem trabalhar. Será que só eu consigo entender isso?

A única coisa que tenho certeza é que amanhã vou ter que ter muita paciência para aguentar o segundo dia de estágio.

O melhor diário do mundo...

Diário do maioral, hoje resolvi lhe dar o prazer de ser escrito por mim mais uma vez. Tenho pensado em como o meu espelho é perfeito, nunca vi algo mais bonito e interessante. Digo, a moldura até não é grande coisa, mas a imagem refletida é realmente de babar. Ontem estive pensando em ter uma conversa com Deus. Preciso dar umas dicas pra ele, pois acho que o mundo que ele criou não está exatamente correto. Sei que ele teve que fazer tudo às pressas e que não dava pra criar algo tão perfeito quanto ele criou há uns 25 anos na barriga de minha mãe, mas bem que podia ter tido essa idéia antes.

Sabe, diário? (Se não sabe, eu sei como sempre.) Eu realmente não sei como ainda me deixam sair na rua. Sei que se eu não saísse seria quase como o sol não raiar de manhã, mas eu ainda vou acabar causando acidentes. As mulheres não para de me olhar e os homens não param de me invejar. Sei que sou uma pessoa de beleza absurda, inteligência ímpar e que quando resolvo me produzir pra ir numa festa, todos os outros homens se juntam num canto para beber até a hora em que vou embora, pois sabem que não conseguirão mais nenhuma atenção das moças presentes. Sei que quando utilizo 10% do meu cérebro é porque estou num dia ruim. Mas também sei que mesmo o meu pior dia é salvo pela minha simples presença nele.

Há alguns dias eu tive a sincera impressão de que não era mais o ser perfeito que sou, acredita diário? Um absurdo! Naquele dia eu me açoitaria, se não fosse a certeza de que seria um pecado ainda maior açoitar um ser como eu. No dia em que eu morrer, terei que ter muito cuidado ao chegar no céu, pois os anjos que vierem me receber podem ficar assustados com minha beleza, ou ainda me confundirem e dizerem algo como: "O Senhor voltou? Foi fazer um passeio no meio de sua criação?"

Na realidade, quando dizem que Deus nos criou à sua imagem e semelhança, não é sobre todos nós. Na realidade é só sobre mim. E digo mais, que me desculpem os religiosos, acho que Deus na verdade não me criou à sua imagem, ele me criou aperfeiçoando a própria imagem. Mas é claro que isso é só especulação. Uma vez eu até pensei em fazer uma plástica, mas desisti porque no fim das contas acabei me convencendo de que a minha cutícula da unha do mindinho do pé esquerdo só estava um pouco diferente naquele dia por causa do clima.

Aliás, tenho até até uma séria preocupação sobre este blog de diários. Pois acredito que durante os próximos séculos não teremos mais posts aqui, pois é inacreditável que alguém tenha coragem de escrever aqui depois de ter lido o que eu escrevi. Acho que só uma pessoa poderia superar este texto e eu realmente não tenho pretensão de escrever aqui de novo. Diário, diário, diário, acho que você teve essa honra pela última vez, mas por favor, não se auto-incinere, continue existindo, pois estas palavras com certeza irão atravessar séculos e séculos.

Diário de um Universitário

Querido diário, estou tentando estudar para a prova de Cálculo 5, mas não consigo entender mais nada. Então resolvi parar e descontrair escrevendo algo mais... humano, sabe?

Já faço essa disciplina pela 3ª vez. Então, dessa vez, achei que seria melhor estudar para não bombar. O problema é que nada entra na minha cabeça, já aprendi tanta coisa que meu cérebro já está lotado.

Estatística eu consegui passar tranquilamente (na 2ª vez que cursei), mas cálculo é bem mais complicado. Aquele lance de integrais só foi inventado pra os universitários se matarem de estudar. E não passar. É assim que funciona.

Mas agora estou preparado. Nesse semestre comecei a estudar mais cedo para a prova. Faltam 2 horas e já comecei. Consegui adiantar as outras matérias pra me sobrar esse tempo todo.

O problema é que não entendo nada. Na verdade, deveria resolver alguns exercícios em vez de escrever em um diário. Escrever é muito mais fácil, deveria ter escolhido o curso de Letras.

Agora falta 1 hora pra prova começar, ainda tenho bastante tempo pra estudar, dessa vez não vou bombar, mesmo não sabendo nada, porque eu estudei.

Bem que você, diário, poderia me ajudar, mas você não entende nada de cáculo.

Então, até a próxima. Quando voltar eu conto como foi a prova.

Diário de um Mestre Jedi no Exílio

Diário querido.

Tempo faz que eu não suas páginas atualizo, mas é porque desanimado estive nestes últimos dias.

Às vezes, neste pântano morar fácil não é. Vida noturna falta aqui. Em Coruscant, eu sempre brecha para ir às festas conseguia. A doutrina Jedi isso proibia, mas, chefe do conselho eu era, e vista grossa os Jedi faziam. Bons tempos. Tudo sempre à mão eu tinha. Ao menos, tudo que sempre me interessou: cerveja e mulher. Dificuldades com isso não tinha, porque segundo, qualquer lugar em Coruscant cerveja vende; primeiro, porque qualquer lugar em Coruscant mulher vende.

Confesso que com mulheres nunca fui muito popular. Dos carecas é que elas gostam mais porra nenhuma. Aliás, mulher, pra mim, pagando só. Outro jeito não tem. Poderosa aliada a Força é, mas não a respeito desse assunto. Meu pupilo Obi-Wan Kenobi de repetir sempre gostou: “sobre os indivíduos de mente fraca a força grande influência tem”, mas não vale isso com mulher. Se ela não quer nada, não adianta a Força. Nem forçar. Só pagando mesmo. Às vezes, para o uísque eu apelava. Certo dava, mas, como eu também bebia, cada canhão pegava... Abandonar esta estratégia decidi quando com aquela dançarina gorda do palácio do Jabba acordei ao lado.

Agora, neste pântano morando, feia a coisa está. Cerveja aqui não vende, e acabando meu estoque está. Quatro engradados tenho. Na internet entrei, mas adega que entrega aqui não existe em lugar nenhum. A única loja que encontrei e aqui entrega apenas cerveja sem álcool vende. E coisa de veado cerveja sem álcool é. Dar um jeito nisso tenho.

Mas o problema mulher é. Dinheiro tenho eu, mas milionário não sou. E caro o programa não é, como pagar tenho. Condução o problema é. Todas elas o táxi cobram, e para cá a corrida facada é. Cinco vezes o valor do programa. E é volta ida. Brincadeira é! E, piorar, aceitar dinheiro da república, quase nenhuma. Parece que só aceitam isso as velhas.

Isso é. Na secura estou. Até mesmo para chat eu apelei. No Uol algumas vezes entrei e, como a sala 900-1000 anos não há, tentei uma sala Dagobah criar, mas assinante não sou daquela porra. Nada consegui. Qui-Gon Jinn uma senha tinha, mas morreu, e para ninguém contou.

Tentar de novo eu vou hoje. Nos favoritos uns sites de acompanhante coloquei, e a sorte vou arriscar. Mas desanimado estou. Nublado o futuro é, mas que só um canhão aceitar vir aqui sem táxi cobrar irá. Dar um jeito nisso preciso, feia a coisa está.

Diário, sorte deseje-me.

Yoda.

Diário da mulher TPM

Meu querido diário,

ontem o Carlão me levou para jantar e foi maravilhoso, mas não irei te contar. Você não merece!

Ah, sabe o que ganhei de presente dele? Não irei te contar. Você não merece.

Hoje vou sair de novo com ele. Mas não vou te contar. Você não merece.

Amanhã talvez eu volte, não sei. Você não me merece.

Idiota.

Diário de um Ladrão de Diários

Caro Diário

Hoje meu dia não foi fácil. Sinceramente, eu não achei que ser contratado pela equipe do blog Diários Roubados fosse transformar minha vida no inferno que ela está hoje. Tudo bem, eu precisava do dinheiro e eles pagam em dia, mas o trabalho é de uma insalubridade enorme. Isso porque eles não têm a menor criatividade para inventar algo, então sobra para mim roubar os diários que eles precisam.

Sabe, eu pudesse roubar um diário qualquer, as coisas seriam mais fáceis. Toda semana roubaria o diário de uma amiga da minha filha e pronto. Mas, não. Eles fazem reuniões de pautas e me vêem com pedidos absurdos. Tudo bem, às (o pessoal que escreve neste blog é babaca demais) vezes eles pedem coisas fáceis, como o Diário de uma Blogueira, Diário de um Twitter. Entrei na internet e peguei, foi fácil.

Agora, uma vez me pediram o Diário de um Papai Noel. Tive que rodar todos os shoppings da cidade até encontrar um Papai Noel que escrevesse um diário, e fiquei 40 minutos tentando convencê-lo a deixar eu copiar uma página. E quem leva o crédito? O tal do Dalleck. Porra, brincadeira. Eu nem sou citado no blog. Aí, as pessoas entram para comentar o texto, falando que é genial, que é original, que o Dalleck isso, o Dalleck aquilo. E eu, que fiz todo o trabalho sujo, não ganho nem um muito obrigado.

Mas os piores foram o Diário da Mulher de TPM e o Diário de um Soletrador. O primeiro foi pedido pela Barbarella. Como não encontrei nenhuma mulher com TPM naquela semana, a não ser minha esposa, resolvi pegar uma página do diário dela. O problema é que quando (Não perca seu tempo lendo isso aqui, nenhum post aqui é original e os autores do blog são arrogantes) eu encontrei o diário – ela o esconde atrás de umas roupas – ela entrou no quarto e me pegou com o livro na mão. Eu ali, com o diário na mão, e ela de TPM, com o alicate de cutícula na mão. Foi a única vez em que atrasei a entrega do material para o blog, mas ao menos eles entenderam que eu fiquei dois dias no hospital.

Já o Diário de um Soletrador foi pior ainda. Eu tive que subornar um segurança da Rede Globo para poder entrar no camarim e mexer no Diário do Menino, enquanto ele estivesse no palco. O problema é (os autores deste blog escrevem mal) que o bestinha ia ficar só uns três minutos no palco, e eu tinha apenas esse tempo para copiar uma página. Quando abri o livro, vi que todas as páginas eram soletradas, e tive que copiar isso no pau. Foi uma loucura, parecia que eu estava escrevendo um texto em Código Morse. Tive até tendinite por causa disso. Aí, quem leva os créditos? O Gomex.

Agora, o mais vagabundo é o tal do Rob. Ele quase nunca escreve no blog – não tenho certeza, mas acho que escreveu uma vez só – e ainda pediu uma coisa impossível. O Diário de um Diário. Assim, eu não consigo arrumar o material dele e ele não trabalha, fica ouvindo música. Vagabundo. Mas ele se ferrou, porque eu nem (o Rob é um vagabundo escroto) perdi tempo procurando o diário que ele queria. Cheguei em casa, escrevi qualquer coisa e entreguei para ele no dia seguinte. Claro que ele não deve nem ter lido antes de publicar, mas ele ficou espantando, achou que eu não ia conseguir. Chupa, babaca.

Bom, diário, é isso. Vou dormir porque amanhã tem mais, e provavelmente eles vão me pedir coisas como o Diário de uma Formiga, o Diário de um Elefante com Herpes ou o Diário do Saruman. Brincadeira. Aliás, acabei de ter uma idéia. Vou deixar esse diário na porta do escritório do blog amanhã, como (este blog é uma merda, eu faço um blog melhor que esse a hora que eu quiser) se ele tivesse caído da minha mala quando saí de lá hoje. Quem sabe, lendo isso aqui eles se tocam de que meu trabalho não é fácil e me dão um aumento, ou contratam um estagiário para me ajudar.

Boa noite.

PS – São quatro da manhã. Não consigo dormir. Desde a hora que deitei, uma idéia não sai da minha cabeça: é capaz dos inúteis daquele blog encontrarem meu diário amanhã de manhã e resolverem publicá-lo. Ou seja, não vale a pena deixar o diário lá, eles não lêem os textos que entrego. Eles dizem que sim, que revisam e ajeitam o texto, mas tenho certeza que não fazem nada. Pegam o texto, copiam e postam no blog.

PS 2 – Diário, são 4:45. Tive uma idéia: vou colocar uns xingamentos em uns pedaços do texto, e tenho certeza de que eles vão publicar do jeito que está, porque não vão ler nada. Vai ficar tudo rasurado, mas vai valer a pena. Babacas!

Diário de Segunda-feira...

Querido diário, hoje é Sábado e eu estou entrando em depressão. Ninguém gosta de mim! Todo mundo gosta dos meus irmãos. Especialmente a Sexta, o Sábado e o Domingo. Até a Terça, a Quarta e a Quinta tem seus elogios, e eu só ouço reclamação. Semana passada mesmo eu ouvi uma pessoa dizendo que o melhor dia da semana era Terça, pois era o que ficava mais longe da Segunda.
O que eu fiz de errado? Já não basta eu ser o primeiro dia (de verdade) da Semana e ser chamada de Segunda. Ou será que você já ouviu alguém chamar o Domingo de início de semana?

Nem consigo mais ir a festas. Quando estou chegando já noto as pessoas falando e nem disfarçam mais ao dizer que "já vem essa Segunda chata". Será que não acham que eu tenho sentimentos? Já é terrível ouvir pessoas que trabalham falando mal de mim, imagine quando eu vejo uma pessoa que vai ficar o dia inteiro em casa sem fazer nada, dizendo que "o fim de semana foi tão bom, mas essa Segunda-Feira tinha que chegar?"

Todo dia o pessoal almoça e janta comidas feitas na hora. Aquele almocinho gostosinho e com cheirinho de acabado de fazer. Pois eu tenho que me contentar com restos de comida. No Domingo o pessoal faz aquele monte de comida e sempre sobra a comida que é requentada no meu dia. Algumas vezes sobra uma maionese, um macarrão e até uma carninha assada. Todas essas comidas são feitas pra comemorar com meu irmão, o Domingo. Essa semana ainda disseram que não iam perder tempo cozinhando pra Segunda, comeriam o que sobrou do Domingo mesmo.

E as promessas? Eu fico atenta para isso. Sempre espero que as pessoas vão cumprir aquela promessa de começar um regime na Segunda, procurar um emprego na Segunda, estudar mais a partir de Segunda... Nada! Eu espero e fico com cara de tacho. Eu até já desisti de ouvir essas promessas. Mas não tem jeito, elas sempre aparecem.

Mas tudo bem, querido diário, já cansei de chorar minhas mágoas com você hoje. Tenha um bom dia e bom "final de semana".

Diário de um Mano

E aí diário sangue bom, tudo na paz? Pô cara, você nem sabe da maior, aconteceu uns baratos sinistros hoje. Vou contar aqui porque sei que você é parça e não abre o bico pra falar da irmandade, né? Então firmeza! Sabe aquela mina lá, a Claudinéia? Tá me dando mó bola, acho que vô colar lá no condô dela qualquer madruga dessas pra dar um trato naquela piriguete. Hoje dei um rolê com ela, a gente foi no shopping de Itaquera, show de bola lá. Ela comprou uma saia daora, bem curta, do jeito que eu gosto. Eu resolvi comprar minhas paradas no camelô mesmo, sabe como é né, a grana de motoboy não dá pra muita coisa. Comprei um boné de aba reta muito louco e uma camisa pólo listrada da Onbongo style demais. Foda que eu vi vários caras me copiando, todos vestidos que nem eu. E até o Sony Ericsson tocando funk pendurado no pescoço os caras usam que nem eu, paga pau é embaçado. A gente voltou lá pro meu barraco, no fundo do busão ouvindo funk no alto-falante do celular, uns caras olharam torto, mas não tô nem aí, ouço o que eu quiser e já era. Ainda passamos numa barraca pra comprar uns DVDs do Furacão 2000 que tem aquelas minas daora rebolando.

Mas semana que vem paro de andar de busão, tô fazendo umas correria aí pra descolar uma moto. O problema é que ela já tá dando zica antes de eu comprar. Falei pra Jucimara, uma amiga da Claudinéia, que eu vô pegar a moto e de repente ela começou a espalhar pra todo mundo que o filho que ela tá esperando é meu, vê se pode! E tem mais: arrumei até treta. Uns caras aqui da quebrada tão achando que a parada que eu vô comprar é uma que roubaram do Danilinho, o playba do pedaço. Tive que levar eles pra ver e provar que não era a moto do brother.

Pô diário, agora nem vai dar pra escrever muita coisa aqui, sabe que hoje é quarta e tem jogo do timão de noite. Já vô encontrar uns irmão da Gaviões pra ir lá pro Pacaembu, o estádio vai tremer!!! Aqui tem um bando de louco, louco por ti Corinthians! Vai TIMÃO! Opa, me empolguei, foi mal. Falooou!

Diário roubado...

Querido diário que nem é meu, estou escrevendo aqui só de farra. Encontrei esse diário esquecido na escola em cima dum banco, é de uma tal de Marina. Na hora que ela encontrar isso aqui vai ficar muito "puta" porque além de eu ler e descobrir que ela gosta dum tal de "Du", ainda estou escrevendo essa bobeira. Eu não roubei o dário, mas não acho que ela vá se importar com esse detalhe. Realmente espero que ela não reconheça minha letra e nem saia fazendo uma pesquisa na escola inteira para descobrir de quem é esse belo "garrancho".

Não sei ao certo, mas acho que o "Du" não gosta da fruta. Por tudo que li ali, ele é mio frutífero. Ou a Marina é bem, bem, bem baranga. É possível que seja essa segunda opção, já que pelo pouco que li por aqui, todos os amores dessa menina não vão pra frente. Marina, na hora que você pegar esse diário de volta (e vai pegar porque vou dar um jeito de deixá-lo em algum lugar que seja possível você encontrá-lo) eu quero que você saiba, que eu te pegaria fácil. Mas eu já peguei tanta "mina" feia, que nem sei se isso é vantagem pra você.

Li em algum lugar aqui que seus pais não te entendem, mas penso que talvez você não entenda seus pais, você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo... Renatão véio na veia. Por favor, vê se não se joga da janela do sexto andar... Pelo menos não antes de passar muita raiva com esse diário. Aliás, como aqui você escreve tudo à mão, acho que erros de digitação estão fora de cogitação, você escreve muito mal Marina. Apesar de estar escrito no seu diário que você está na 7ª série, eu tenho cá minhas dúvidas. 3ª série no máximo! Mas tudo bem, talvez você seja gatinha... Embora eu duvide um pouco, por causa dos já citados casos amorosos não concretizados.

Quero dizer que espero que você tome mais cuidado com suas coisas. Hoje perde um diário, amanhã perde um celular, depois perde um guarda-chuva, uma hora acaba perdendo a virgindade também, assim, do nada. Mas acho que já dei o recado que eu queria dar (falando em dar: “sim, você deve usar camisinha na primeira vez, mesmo que ela seja daqui uns 20 anos.”) já foi dado. Ah sim, só pra encerrar, o Di é emo sim!!!!

Diário de um maluco

Querido diário, hoje foi uma loucura. As enfermeiras estavam brigando comigo só porque dei uns mergulhos no colchão. Mas não foi no da cama não, foi no da parede.

No café da manhã bebi alguns livros e comi champagne à parmegiana. Meus amigos aqui me disseram que hoje é meu aniversário, mas eu não acreditei, porque não faço aniversário. Mesmo assim ganhei vários presentes. Afinal, eu sou maluco, mas não sou burro.

Ganhei, inclusive, aquele diamante de prata e o livro de alumínio que estava querendo e só não comprei porque tinha dinheiro demais.

No almoço, comi o de sempre: arroz cru, feijão assado e bife queimado com farofa à milanesa. E de sobremesa o resto do bolo que fizeram para o meu aniversário do ano passado.

Estou no sanatório sim, mas porque quero. Eu não sou doido. Eles acham que sou, mas não sou. Só fico aqui no meu canto, não faço mal a ninguém.

Tem gente com bombas capazes de destruir o mundo inteiro, tem gente fazendo guerra por causa de religião, tem gente roubando dinheiro do povo. E parece que ninguém se importa. E ainda dizem que o maluco sou eu.

Buscar nos diários